Texto Rafaela Céo


Cristina Roberto - Foto Joel ThéMineira de Abaeté, Ana Cristina Roberto, 57, dona do Cristina Roberto Buffet, conta como construiu uma das maiores cozinhas do Distrito Federal, com 70 funcionários e capacidade de atender eventos para até 20 mil convidados. 
A história começa com o preparo de comida natural para amigos e passa por um badalado restaurante até chegar à empresa diversificada, que prepara saborosos pratos para eventos corporativos, e festas particulares, como casamentos. Tudo temperado com saúde e qualidade.

 

Inesquecível Casamento – Sua história na gastronomia começou com um restaurante, o Bom Demais, na década de 80. Como foi esse início?

Cristina Roberto – Tinha ido estudar em São Paulo e, quando voltei em 1974 para Brasília para ter minhas filhas gêmeas, me vi sem uma profissão. Tudo que sabia fazer era cozinhar. Comecei, então, a vender comida natural aos meus amigos. O negócio cresceu e virou o restaurante Bom Demais, que funcionava na 706 Norte. Cozinho desde os 12 anos, coisa típica do interior de Minas Gerais.

♥ E como foi a transição do Bom Demais para a empresa Cristina Roberto Buffet?

O Bom Demais fechou nos anos 90. Passei a fazer comidas congeladas e coffee break. Foi aí que abri a empresa. Meu primeiro trabalho profissional como bufê foi um jantar para o jornal O Estado de São Paulo. Depois, ganhei uma licitação para ser fornecedora do Sebrae para atender o coffee break deles. Isso me colocou em contato com muitas empresas. Foi um salto muito rápido.

♥ Quais as características dessa trajetória se mantêm até hoje em seu trabalho? Quais os diferenciais da empresa?

O sabor e a qualidade da comida. Sou muito exigente, trabalho com matéria-prima de primeira qualidade, sou generosa, gosto de fartura. Além do sabor ímpar, temos um cuidado muito grande com apresentação. A qualidade do serviço é muito boa. Somos criativos nas apresentações. Estamos sempre buscando e renovando. Tenho certa afixação nessa coisa de estar sempre mudando, de estar sempre buscando mais.

♥ Como os bufês de casamento se tornaram um serviço da empresa?

O primeiro casamento que fiz foi há 17 anos. Fiquei um tempo sem fazer casamento porque achava que era uma coisa muito delicada, uma responsabilidade grande, e minha empresa sempre foi muito forte no mundo corporativo. Estudei a área e retomei os casamentos em 1999, em parceria com um grupo de fornecedores. Há dois anos, trouxe uma profissional de São Paulo, a Joana Abrantes, que se dedica ao atendimento às noivas e aos casamentos.

“O medo do verde, do saudável, é preconceito. As pessoas têm que deixar para trás a ideia de que aquilo que faz bem não é gostoso”

♥ Qual a ideia inicial que as noivas costumam ter sobre o bufê de casamento? 

As noivas geralmente chegam com ideia mais tradicionais, querem oferecer o coquetel e o jantar tipo bufê, com duas carnes. Essa tradição ainda impera, mas o mercado hoje, por causa dos meios de comunicação, da divulgação de informações, está se inovando. Com isso, entram em cena os mini wedding, jantares à inglesa e ilhas.

♥ O que você aconselha para as noivas que querem inovar no bufê do casamento?

Para inovação, a melhor coisa é pensar que casal vocês são. Se você conheceu seu marido em um jantar ou ele preparou uma comidinha especial para você, isso pode fazer parte do bufê do seu casamento. Se há regionalidades, músicas, historinhas com comidas, é legal contar isso. Inovador é a personalização, é colocar a cara do casal na festa.

♥ Há espaço para comida saudável no bufê do casamento?

Tem que ter espaço para comida saudável. Há levantamentos que mostram que cerca de 10% dos convidados são vegetarianos. Também é marcante a presença de pessoas intolerantes a lactose, a glúten. Por isso, é aconselhável ter elementos no bufê que atendam a esse público. E isso não significa que a comida não é gostosa. Prova disso é nosso involtine de abobrinha e berinjela, que é delicioso, um sucesso. O medo do verde, do saudável, é preconceito. As pessoas têm que deixar para trás a ideia de que o que é bom faz mal e o que faz bem não é gostoso.

♥ Que outros elementos, além da escolha cardápio, garantem uma refeição perfeita em um casamento?

É preciso ter uma boa matéria-prima, uma boa mão-de-obra, boas bebidas e executar o cardápio com conhecimento de causa. Essas são coisas básicas para ter sucesso, mas uma coisa muito importante para uma festa ser bem sucedida é um ingrediente que depende dos donos da festa: a alegria de estar realizando aquele evento.

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