Texto Sylvia de Castro

Ele é arquiteto, mas se tornou estilista por vocação. Hoje, veste de políticos e empresários a artistas de televisão. Foi acusado de ter plagiado a logo de Roberto Cavalli, mas a logomarca dourada de Eduardo Guinle é uma estilização do brasão de seu tataravô, ou seja, anterior e de família. O sobrenome é sinônimo de tradição, riqueza, poder e, especialmente, elegância e glamour. Quinta geração de Eduardo Guinle (construtores), ele se dedica a construir homens mais elegantes há quase 30 anos.

Eduardo Guinle - Foto Gustavo PellizzonINESQUECÍVEL CASAMENTO – Como você, arquiteto por formação, resolveu se dedicar à moda e virou um estilista?

EDUARDO GUINLE – Nos anos 80, minha mãe tinha uma confecção e eu ajudava a fazer as instalações do showroom e a preparar desfiles. Sempre gostei muito de roupa, de tudo o que era importado, e fui me interessando cada vez mais pela moda. Em 84, resolvi abrir um showroom só de camisaria, num conjunto de salas que eu tinha no Quartier. O negócio cresceu tanto que cheguei a exportar, através de clientes. Depois de um ano e meio, abri minha primeira loja de rua, na Visconde de Pirajá. A Eduardo Guinle completa 30 anos em 2014! E agora, depois de 19 no Fashion Mall, mudamos de casa. Estamos no Shopping da Gávea.

Fale sobre suas linhas: a Classic, a Sport e a Ceremony.

Como temos muitos produtos, segmentamos a nossa moda em roupa de balneário; dia a dia; e a área do casamento, que cresceu e fez nascer a Ceremony, há 10 anos. Vamos focar as três linhas em espaços distintos na nova loja. Ali vai funcionar também o showroom para o atacado da linha esporte.

Qual o diferencial da etiqueta Eduardo Guinle, a marca principal de suas roupas?

Gosto do desenvolvimento de produto. Já fiz de tudo, de casaca a sandália havaiana. É um estudo que venho desenvolvendo durante todos esses anos. Indo da camisa até a roupa de maior grau de dificuldade – a de casamento –, cheguei à linha Ceremony. Aprendi muito para fazer o que faço. Inovo sempre, até nos modelos de ternos. Há três anos, só faço ternos com um botão.

Qual a importância dos detalhes, acabamentos e acessórios na grife Eduardo Guinle?

Preocupo-me especialmente com os detalhes. Aviamentos, forros, acabamentos. Detalhe é tudo, em qualquer situação. É o carinho, é o diferencial. Desenho, faço todo o desenvolvimento do produto e entrego aos fornecedores, fábricas que produzem para mim.

O que está se usando para noivos, pais de noivos e padrinhos?

Ternos de casamentos têm muitos detalhes, texturas e cores. Eu prefiro ternos em tecidos que não sejam totalmente lisos, com detalhes de textura, marca d’água, tramas, com a mesma cor do fio ou em risca de giz. Os meio-fraques eu faço em tecidos, cores e calças diferenciados. Flor, sempre. Não tem isso de menos é mais. Mais é que é mais, mesmo. O noivo tem que estar impecável, não importa a hora ou o local. Durante a festa, pode ir se desconstruindo. Em muitos casamentos, faço até roupa para o noivo trocar depois. Mas tem que começar com tudo.

Seu tataravô, Eduardo Palassin Guinle, fez fortuna com a loja Aux Tuilleries, na Rua da Quitanda, onde vendia moda europeia, vinda diretamente de Paris. A moda está no seu DNA?

Não sei. Fiquei sabendo dessa história há 15 anos apenas. Eu curto estilismo. Meus irmãos, por exemplo, não ligam para roupa. Meus tios também não. Meu avô ligava. Acho que é dom.

Sua mulher, Christiane Guinle, também trabalha no mercado de casamento, fazendo doces lindos. É uma coincidência ou um levou o outro?

Coincidência. Ela é uma mineira que cozinha maravilhosamente e faz sucesso com seus doces. Tudo começou com uma festa que ela montou para nosso filho. Já aconteceu de estarmos fazendo o mesmo casamento e só descobrirmos no final.

Você pode dar um conselho para quem vai se casar de como se vestir corretamente para esta ocasião especial?

O mais importante: a roupa tem que traduzir a personalidade do noivo e o estilista tem que ser capaz de fazer a leitura e interpretar essa personalidade.

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